sexta-feira, 25 de março de 2011

Algumas interrogações

Lendo uma coletânea de textos de Zaoual, pensador morroqino, pela primeira vez vi o termo sítio. Ele coloca o termo ao discutir políticas econômicas e sociais hogeneizadas e no padrão "global", quer dizer ocidentalizada. Para ele o mundo só tem chance de equilíbrio com a comunicação em rede construída com a participação do homem situado. Ele fala de economia, políticas sociais. Nós falamos de comunicação, informação e conhecimento (?).
Já venho pensando, desde a minha tese, no desafio da convivência com a diferença e nos processos informais que se coloca como resitência (até tosca) no universo popular.
A nossa subjetividade, construída ao longo de nossa história (situada?), nos torna coniventes com essa marca homogeneizada. Vivemos entre iguais! Buscamos isso o tempo todo. Mas, como politicamente corretos (?), aceitamos os diferentes.
Desde as minhas reflexões com a atropologia, ainda na graduação, me pergunto o que é aceitar/conviver com os diferentes. Isto porque havia uma preocupação em não concordar com a relatividade: vamos deixar que os orientais decepem os clitóris femininos? Era a grande pergunta da época. Hoje, nos perguntamos se a ONU deve ou não continuar com o enfrentamento da guerra civil na Líbia.

Do ponto de vista da prática e teoria (práxis), quando penso em políticas públicas, não posso considerá-las sem espaços dialógicos entre governo e sociedade. Já vi e ouvi muito, que trabalhamos a partir da construção do consenso, que nem sempre é o que a gestão governamental demanda, preocupada em dar repostas rápidas, para garantir o avanço que acredita está patenteando, no seu "breve" período de governo.

Neste percurso, me pergunto se tudo isto não conversa com a democracia.
Afinal, a convivência com os diferentes pessupõe uma democracia, não?
Mas a questão que permanece é: que democracia precisamos para garantir a participação de todos? Não seria importante aproveitar as brechas da política de "acessos" às TICs (no sentido de que se coloca a discussão recorrente na esfera da exclusão/inclusão digital) para provocar o surgimentos de redes de debates com o povo, com a academia, políticos etc.? Não seria esse o nosso papel de educadores?   
E com relação a nossa subjetividade (construída):

Temos alguma chance de passar por cima de nossos egos e viver plenamente um ambiente democrático? Temos paciência, frente a emergência de nossas condições "subalternas"?

 
Nosotros foi provocada pelo Professor Jorge.

Gracia!


Fátima